quarta-feira, 30 de junho de 2010

'Eclipse' decreta o fim da inocência na saga 'Crepúsculo'


Terceiro filme inspirado na série de Stephenie Meyer estreia nesta quarta.
Disputa entre vampiro e lobisomen por mocinha injeta testosterona na trama.


Batalhas entre vampiros e lobisomens em cenas em que jorram sangue e cabeças são decepadas. Forte tensão sexual na disputa entre o vampiro Edward Cullen e o lobisomem Jacob Black pela mortal Bella Swan. “Eclipse”, terceiro filme da saga “Crepúsculo”, que estreia nesta quarta-feira (30), recebeu uma injeção de testosterona na adaptação do diretor David Slade.

Escrito em 2007 pela americana Stephenie Meyer – fenômeno literário com a série romântica que recolocou os vampiros na cultura pop – "Eclipse" gira em torno da escolha definitiva de Bella pelo amor de Edward. O que implica em abandonar a existência humana por uma eternidade ao lado do namorado morto-vivo.

Se em “Lua nova” (2009) o cineasta Chris Weitz já havia apresentado uma atmosfera menos ingênua que a que Catherine Hardwicke imprimiu a “Crepúsculo” (2008), nesta adaptação do terceiro volume do best-seller é decretado o fim da inocência e do amor platônico. Diretor de videoclipes de bandas roqueiras como Muse e Stone Temple Pilots, e do suspense “Menina má.com” (2005), Slade acerta no tom angustiante e sombrio que agregra à história.

Diferente dos dois primeiros filmes, nos quais a mocinha não titubearia na decisão de virar vampira para viver seu grande amor, em “Eclipse” a dúvida atormenta Bella a todo momento.

Os prazeres que perderá da vida de mortal - a velhice ao lado dos netos, os abraços quentes das pessoas que ama, a brisa no rosto num fim de tarde - mexem com a futura vampira. E o assédio do lobisomem Jacob, moreno musculoso e tatuado que oferece uma paixão mais caliente que os carinhos gelados do parceiro de caninos afiados, abalam de vez as convicções da garota.

Triângulo amoroso pop

Bella e Edward são interpretados por Kristen Stewart, 20 anos, e Robert Pattinson, 24, atores pouco conhecidos até então. Mas desde a estreia “Crepúsculo”, eles formam o casal-sensação de Hollywood – e as especulações sobre um possível romance na vida real só aumentam a idolatria dos fãs.

No entanto agora a presença mais significativa é a de Taylor Lautner, o lobisomem. Com o lançamento de "Eclipse", o ator de 18 anos promete roubar parte dos olhares sobre a dupla Stewart-Pattinson.

Quem for ao cinema disposto a acompanhar a trama deve se preparar para os gritos assanhados das fãs. Quase sempre descamisado, Lautner eleva a temperatura exibindo o dorso e o abdôme malhado, além de uma boa dose de charme. Enfim, o ator parece ter encontrado o tom do personagem – pelo menos o suficiente para ofuscar o muso teen Pattinson em algumas das cenas.

“Lobisomens são mais quentes”, debocha Jacob. “Ele sempre esquece de colocar uma camisa?”, ironiza Edward. São nas farpas entre os dois personagens que o filme encontra seus momentos de humor e ironia, em meio ao dramalhão sobrenatural.

Virgindade

Bella tenta fugir da tentação do lobisomem sedutor, mas não se conforma com a conduta “à moda antiga” de Edward. O vampiro, conservador, insiste que a amada se mantenha virgem até o casamento.

Até a heroína da trama, que aparece bem mais libidinosa que nos longas anteriores, considera o ideal de “pureza” de Edward “arcaico”. Mas ainda assim, respeita e segue a vontade do vampiro bom-moço.

O vale-tudo sobrenatural

A virilidade de lobisomens e vampiros não é posta a prova apenas no duelo amoroso entre Edward e Jacob. Há uma guerra prestes a acontecer em Forks – a cidade gelada na qual vivem os personagens da história.

Jovens recém-vampirizados em Seattle se preparam para invadir a região. O exército de chupadores de sangue é comandados pela vampira Victoria (Bryce Dallas Howard) – inimiga de Edward e Bella.

Boas cenas de luta entre lobisomens e vampiros, com efeitos especiais caprichados, fazem de “Eclipse” o melhor – e mais violento – filme da saga. É aí também que o diretor põe fim à inocência: diferente dos Cullen, que não consomem sangue humano, os novos vampiros adoram a iguaria e a obtém a custo de pescoços e costelas quebradas.

Com mais nitroglicerina e sensualidade, “Eclipse” deve agradar não apenas aos adeptos do fenômeno “Crepúsculo”. Mas tem potencial para chamar a atenção de quem gosta de cenas de ação e um clima quente entre jovens atores bonitos em evidência.

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